Alguma vez você se voluntariou para fazer diferença no mundo? Você sabe o que é fazer serviço voluntário?
Quando novos, ouvimos muitas vezes desde a escola “— Preciso um voluntário para apagar a lousa!” ou “—Quem se voluntário para cuidar do espaço X no dia da Festa junina?” E se não aparece ninguém, surge então o “voluntário russo”, aquele que os professores escolhem para desempenhar a função.
Ser voluntário é ser a pessoa que se compromete com um trabalho, ou assume a responsabilidade de uma tarefa, sem ter a obrigação de o fazer (busquei esta definição na internet e penso ser muito simplista). Sim, voluntário é quem se compromete ou assume um trabalho, e aqui vem a diferença, e no momento em que assumiu tal encargo tem a responsabilidade de cumprir com o que se comprometeu. Se não, para quê? E voluntário não recebe valor algum pela contraprestação do serviço, ao contrário, muitas vezes nem um Obrigada. E essa previsão de não receber pela contraprestação do serviço está na lei… sim tempos lei regulando o voluntariado organizado para entidades e associações sem fim lucrativo.
Voluntário ou voluntária é aquela pessoa que se dispõe a compartilhar seu tempo, seu conhecimento, suas habilidades para ajudar outras pessoas, entidades, animais, de acordo com as necessidades do acolhido. E, estamos falando aqui, de compromisso e não apenas de participação em uma ação social, pensemos um pouco mais abrangentemente.
Posso me voluntariar para assar o churrasco na festa do prédio, num domingo ensolarado, ou levar a deliciosa maionese de família… não é esse voluntariado que quero comentar aqui. Quero mesmo é falar de participação voluntária ativa junto a entidades, escolas, hospitais, asilos, grupos de apoio, associações de bairro ou outras possibilidades que trabalham/atendem/cuidam de pessoas, animais, meio ambiente, em projetos de desenvolvimento de tecnologias/conhecimento/especialidades – sem receber remuneração ou qualquer forma de pagamento – disponibilizando o que temos de melhor e que se encaixe nas necessidades daquele grupo ou espaço.
E por que voluntário da maturidade? Primeiro porque vemos muitas pessoas na aposentadoria reclamando que não tem o que fazer, que não saem de casa, que perdem amigos e que os filhos que agora têm suas próprias famílias, os visitam pouco. Assim, se tem tempo “sobrando” e disponibilidade, por que não ajudar quem precisa das suas habilidades? Não estamos falando em arranjar emprego, mas ter um compromisso social numa área que você domine (de jogar dominó em asilos a ensinar a falar português, escrever, ensinar itinerário dos ônibus em abrigos de imigrantes). Segundo, por que na maturidade entendemos mais de pessoas, de suas necessidades, podemos auxiliar com palavras amigas, afetividade, e nosso conhecimento.
Ser voluntário nessas situações é estar comprometido(a) uma vez por mês, por semana, quinzenalmente, tanto faz (depende da sua agenda, das suas possibilidades de se comprometer) a cumprir com o que você se propôs. Sabe aquele compromisso que você não se pode furar? Bem isso.
Ah, Giana, mas já sou doador de órgãos, por que me comprometer com outra coisa? Porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa… O primeiro é uma disposição futura (esperamos) e o voluntariado é presente. Para hoje, para quem está precisando nesse momento. E lembre-se, não precisa ser uma ação de mudar o humanidade. Ajudando o seu próximo é faz toda diferença para quem recebe e para a humanidade, no final.
Como saber quem precisa de ajuda? A internet é um excelente lugar para te informar, sua associação de bairros, as escolas públicas do seu entorno, hospitais públicos, ONGS que cuidam de todos os tipos de necessidades – de proteção às abelhas, aos mares; de crianças abusadas a tráfico de pessoas. Conforme suas habilidades, estou certa que você encontrará o que fazer (pensou nas campanhas da sua igreja, sopão nos bairros carentes – se você não cozinha, pode ajudar a servir, organizar a fila, recolher alimentos no seu prédio para serem distribuídos), há possibilidades para tudo, você vai encontrar uma possibilidade de ser feliz ali.
Sim, esqueci de mencionar, há muitas vantagens para quem é voluntário: Ser útil é uma delas; fazer a diferença na vida dos outros; ampliar o círculo de amizades; desenvolver novas habilidades; se permitir conhecer outras realidades, modos de vida e pessoas com necessidades muito diferentes das suas.
Tire um tempo para pesquisar (digite voluntariado na cidade XXX), entre em contato com as entidades, converse com suas amigas e mesmo no seu trabalho, você pode ser informado de lugares próximos á sua residência (assim não cria um custo extra de locomoção, se não puder). Digite ainda ONGS na cidade XXX, ou telefone na Assistência Social do seu município ou Tribunal de Justiça e peça informações. Só não dá para ficar esperando. Como dizia Vandré: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
Texto: Giana Benatto Ferreira
Imagem: Pixabay