Muito se fala e se faz durante a campanha do Outubro Rosa. Muitas mulheres, atrizes, influenciadoras sociais vêm a público, sem vergonha alguma falar sobre a prevenção do câncer de mama. Há reportagens e atividades insistentes sobre autoexame, prevenção, cuidados, vitórias e debates sobre o assunto.
Então, entramos em Novembro. Neste mês se comemora o novembro azul. O que era campanha maciça se torna ação específica. Não há tanto alarde, ainda que o câncer de próstata seja o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma.
Entretanto, embora a campanha seja menor, em números absolutos, a incidência de casos de câncer de próstata é maior que o número de casos de câncer de mama (Em 2018 – homens 68.220 acometidos e 59.700 de mulheres – dados do INCA), o que chega a ser contraditório.
O câncer de próstata é de evolução silenciosa, ou seja, muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata – dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite, jato menos intenso de urina e sangue ao urinar. Na fase avançada, pode provocar dor óssea, aumento dos sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Dois exames iniciais têm grande importância para o diagnóstico da doença: o exame de sangue, por meio do Antígeno Prostático Específico (PSA), e o exame de toque retal. Esses dois exames, quando associados, podem auxiliar no diagnóstico precoce da doença em aproximadamente 90% dos casos.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, é o câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade, uma vez que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. As taxas de incidência no Brasil vêm aumentando por conta de dois fatores: aumento da expectativa de vida da população e melhoria da capacidade diagnóstica.
Para a Sociedade Brasileira de Urologia, homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada. Os de raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar a fazer os exames a partir dos 45 anos. A idade é um fator de risco importante, pois tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 60 anos.
Afora o controle médico por exames, o Inca recomenda ainda dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gordura, principalmente as de origem animal. Como sempre, outros hábitos saudáveis também são indicados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
Homens, deixem a vergonha de lado e comecem a falar sobre o assunto com a mesma naturalidade que as mulheres o fazem. Conversem entre si nas rodas de amigos, façam campanha entre si. Mais ainda, não deixem de procurar o seu médico de confiança ou o serviço médico mais próximo em qualquer queixa com relação ao trato urinário após os 45 anos.
Você é responsável pelo seu corpo e pode, prontamente, evitar riscos desnecessários.
Ilustração: ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)
Fontes : INCA (Instituto Nacional do Câncer), Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e ANS