Em matérias anteriores tratamos sobre meditação e mindfulness. Hoje vamos apresentar um novo conceito em atividades em atenção plena: a mindful art.
Como o próprio nome indica, mindful art é a combinação de atividades de meditação mindfulness com arte, em qualquer de suas manifestações: pintura, desenho, música, dança, fotografia entre tantas outras.
Mindful art é a forma criativa de meditação, onde quem a pratica aproveita situações cotidianas de arte para trabalhar em plena consciência.
Neste momento você leitor(a) pode estar se perguntando: “Como assim? Sempre faço minhas atividades com a máxima atenção e cuidado!”
Nem sempre estar com máxima atenção ou concentração no que se faz, quer dizer que se trabalhe com atenção plena. Quando estamos concentrados em alguma atividade, nosso foco está totalmente direcionado a ação e não às percepções que esta mesma atividade desperta. Quando você está concentrado, não sente o tempo passar, frio, sede ou fome. Você enxerga o alvo da sua atividade como único objetivo.
Para trabalhar a atenção plena, no conceito mindfulness, você define uma intenção e apesar das percepções de tempo, sede, fome, cansaço, alegria, contentamento, você manifesta profundamente o propósito de continuar na atividade reconhecendo sentimentos e sensações, mas sem se perder neles. Há consciência presente do que ocorre à sua volta e a disposição de se manter na atividade, como escolha.
Nas práticas de ioga ou do tai-chi chuan entre outras a intenção é dominar a mente e o corpo, conscientemente. Por exemplo, embora você possa sentir vontade de coçar a cabeça ou se mexer, você escolhe permanecer na postura perfeitamente consciente do incômodo da coceira, da perturbação externa e assim por diante.
No filme Comer, Rezar e Amar, há uma cena muito divertida onde a personagem de Julia Roberts chega à India para se desenvolver espiritualmente e enquanto tenta meditar, alguns incômodos externos como bicho, cansaço pela postura, calor, se manifestam e ela não consegue prosseguir ao passo que os demais presentes parecem não estar no mesmo espaço que ela – sala quente, com algumas moscas e outros ruídos externos. Com a prática ela alcança sua finalidade, mas naquela cena, ela ainda não havia desenvolvido a atenção plena necessária para a prática da meditação.
Na maioria dos livros e vídeos de mindfulness – atenção plena – uma das imagens recorrentes que é apresentada é a que vivemos feito hamsters na roda dentro de uma gaiola. Seguimos realizando tarefas que não nos fazem o mínimo sentido; não nos aprofundamos em qualquer atividade e perdemos o mais importante da vida: o momento presente. Estamos constantemente vivenciando ou remoendo situações passadas ou imaginando situações futuras, fracassando no que deveríamos desfrutar, que é cada um dos momentos do aqui e agora.
A mindful art tem como ponto inicial o processo criativo, não o resultado final – um quadro, uma letra de música ou uma poesia. A dinâmica da mindful art é totalmente livre de julgamentos (uma das bases do mindfulness), o que nos possibilita e libera a fluidez criativa e o resultado pode ou não ocorrer dentro do que se busca. Desfruta-se do momento de criação, do caminho. E, durante esta trajetória, tem-se estado de plena consciência da respiração, dos pensamentos, necessidades físicas e mentais, mas a escolha é pelo desenvolvimento da atividade.
Muita gente prefere as atividades de mindful art à meditação formal, sentada, seja ela guiada ou autodirigida, justamente pelo caráter de liberdade consciente e movimentos presentes.
Vantagens da prática de mindful art:
- Liberdade criativa, sem julgamentos, e sem necessidade de experiência artística em qualquer das formas de arte exploradas;
- Não existe certo ou errado, e sim formas de expressão pessoal;
- Novas percepções ao mundo interior e exterior;
- Diminuição dos níveis de ansiedade, insônia, enxaquecas, cansaço e falta de atenção;
- Melhora no humor, autoestima, autoconfiança e amor-próprio;
- Autoconhecimento;
- Permite olhar o mundo de forma aberta e plena;
- Desenvolvimento de atenção em atividades do dia-a-dia, reconhecendo motivações sensoriais e mentais;
- Descoberta de novas habilidades;
- É muito divertido.
Tudo na vida é questão de escolha. Para fazermos boas escolhas, todas as opções devem ser buscadas ou oferecidas. Se você acredita que meditar pode ser chato, porque não explorar outras atividades que possam oferecer o mesmo resultado?
Se quiser conhecer mais sobre o assunto, uma busca livre na internet pode lhe apresentar inúmeras opções. Nós do VivazIdade seguimos e apoiamos o instagram @mindfulnes_se , onde a mindful art é apresentada e várias práticas oferecidas.
Que tal descobrir esta prática nos próximos dias?
Fica a dica!
Foto: AnnaliseBatista por Pixabay.