Você saberia dizer quantas vezes recomeçou na vida?
Recomeço nos relacionamentos cotidianos, na vida amorosa, na vida profissional? Mudar um plano e começar do zero, retomar uma situação ou simplesmente pegar um atalho, mas ainda assim, um recomeço.
Muitas vezes quando pensamos em recomeços, sentimos um frio na espinha, náuseas e medo, muito medo, como se a vida toda não tivesse sido de novos caminhos – ou seja – um começar constante.
Na infância, mudar de escola ou de local de residência. A continuação nos estudos em nova instituição/casa– um recomeço empolgante e dramático. Tudo junto misturado. Outras amizades, professores, colegas, vizinhos, endereço.
Pouco mais tarde, adolescência. Mudar de corpo, de voz, de sentimentos, uma descoberta, porém o novo começo do próprio eu. Nos transformamos. Encerramos ciclos, recomeçamos alguns ainda que verdadeiramente começando novos. Nos conectamos com outro corpo, a outros olhares sobre nós mesmos.
Começos de amizades, de amores em qualquer de suas formas. Descobertas de sentimentos, de toques, de gostos. Sai um, entra outro – momento de descobertas. Novos assuntos, pontos de vista. Novos começos, mas sempre recomeços, ainda que imperceptíveis. Fluxos contínuos ou simplesmente retomados depois de uma pausa.
Desconhecido? Sempre. Desafiador? Algumas vezes. Provocador? Talvez.
Na fase adulta, um recomeçar constante. Mudanças gritantes. A fome de não se sabe o que sempre presente. Momentos pessoais e profissionais se mesclam, interagem continuamente. E o recomeço em um ponto, atinge o movimento do outro naturalmente.
Assim segue a vida. Assim caminha a humanidade. Em um ponto a maturidade nos alcança. Como lagartas saindo do casulo, recomeçamos na continuidade do ser; de ser. A borboleta – este novo ser. Uma vez mais, como em um círculo vicioso, mudam as percepções, os olhares, os toques, a velocidade dos movimentos, as necessidades e as próprias desnecessidades.
Entretanto, o melhor do recomeçar na maturidade é a presença do futuro – ali, grudado a todos nós. Um único ou vários caminhos à frente. Possibilidades de novos desafios, de descobertas. A certezas de aceitação e de negação, como tudo na vida.
As estruturas para excelentes recomeços dependem de recebê-los de braços e mentes abertos. De coração livre de mágoas e rancores. De corpo e mente sãos, por isso trabalharmos antecipadamente a qualidade de vida é imprescindível. Não se trata de dinheiro, de casa, carro, ações de empresas. É sobre se preparar física e mentalmente para diminuir os contratempos que a idade traz. É estar em paz consigo mesmo, com o ambiente social em que vive. É gostar de estar vivo e de não ser um peso para os que convivem em seu redor.
É fazer-se livre, para com as asas que ganhou na fase borboleta, poder voar longe e leve na vida.