Será?
É a primeira pergunta que se faz quando o assunto é sexo na maturidade.
Com a longevidade da população aumentando, o assunto “sexo depois dos 60 anos” vem deixando de ser um tabu, e aparecendo cada vez mais em todas as mídias em discussões frequentes, acompanhadas de depoimentos e pesquisas científicas, atestando que “sim, pessoas de mais idade (e cada vez um número maior de pessoas) também têm vida sexual ativa”!
Embora o corpo de homens e mulheres respondam diferentemente com o avançar da idade – redução na produção de espermatozoides e testosterona nos homens; nas mulheres hormônios reduzidos após a menopausa, muitas vezes com uma grande diminuição da libido – graças aos avanços da medicina estas situações são tratadas com reposição hormonal, medicações outras e em casos mais extremos, próteses.
A imagem do vovô de bengala dormindo e roncando na frente da televisão enquanto a vovó tricota na cadeira de balanço não pode estar mais desconectada da realidade atual. Com o aumento da expectativa de vida e os avanços da medicina no que tange a saúde como um todo, a sexualidade na maturidade aparece como um ponto de qualidade de vida nesta fase.
Desta forma, tão logo que o conjunto social familiar cresce e se desenvolve, com os filhos saindo de casa e ‘ganhando a vida’, os pais, estejam eles casados, divorciados, separados, viúvos ou viúvas, ainda tem um grande período de tempo para viver. E, para muitos, sexo sempre foi uma questão primordial para a saúde física e mental, portanto, por que não se adaptar às mudanças que a idade traz e ainda assim desfrutar de intimidade sexual com seus parceiros(as) ou livremente?
Como se manter ativo para poder desfrutar do sexo na maturidade?
Estudiosos indicam algumas dicas:
- Exercício físico constante: Independentemente de idade, praticar exercício físico auxilia para o melhor desempenho tanto de homens quanto mulheres durante o ato sexual. Um outro fator muito importante: o exercício físico constante auxilia na autoimagem, em mais saúde física e mental, evitando muitas doenças e a depressão, muito constante na pessoa idosa que não vislumbra futuro.
- Buscar novas formas de prazer: Reconhecimento e conversa franca sobre as mudanças físicas e de desejo sexual são a base para uma vida sexual satisfatória nesta fase da vida. A ideia do garotão “passando o rodo” e maratonas sexuais viram lembrança (quando não piada). Nesse sentido, o casal precisa buscar novas formas de prazer em conjunto – com ou sem o uso de medicamentos – e técnicas sexuais.
- Valorizar a intimidade: Intimidade não significa penetração e nem todo ato sexual precisa acabar em orgasmo. O casal que busca novas formas de prazer, adapta suas necessidades à intimidade. Carinho, estar junto se tocando, massagens, conversas picantes, tudo isso faz parte de uma prática sexual satisfatória.
- Fazer uso de produtos eróticos: Se não houver constrangimento pelo casal, o mercado oferece uma infinidade de ‘brinquedos eróticos’ e outros produtos voltados para ajudar sua imaginação e desempenho durante o sexo. De gel a vibradores, de lingerie a kits de masturbação. E, se a vergonha bater, não precisa ir a uma loja física, tais produtos são facilmente encontrados por e-commerce.
- Cuidar de si mesma(o) e do(a) parceiro(a): Aqui nos referimos a cuidados simples de higiene pessoal; como o de visitar seu médico (ginecologista ou urologista) frequentemente. Ainda, o clínico geral quando qualquer outro sintoma apareça. Algumas doenças podem atrapalhar a vida sexual do casal, como por exemplo, artrite, dores nas costas, doenças cardíacas, entre outras. Saber o que é permitido e os limites para a prática sexual evita sobressaltos e ambulância na porta.
- Usar camisinha. Segundo os dados do Ministério da Saúde, a longevidade sexual no Brasil trouxe um número assustador no aumento de casos de AIDS depois do 60 anos. De acordo com MS, houve um acréscimo de mais de 103% nos últimos dez anos. O tabu que envolve o assunto – sexo de pessoas idosas – na sociedade , as facilidades do uso de aplicativos de relacionamento e de medicamentos para disfunção erétil e a não preocupação quanto ao uso de camisinha são apresentados como principais fatores para o alarmante número de incidência da doença. Neste ponto, voltamos ao item 5 (cuidar de si mesma e do parceiro) – o uso de preservativo, como o próprio nome indica – preserva a sua vida e a de seu parceiro.
É certo que a idade não dessexualiza o ser humano. Não existe limites de idade para a atividade sexual, ainda que mudanças fisiológicas ocorram no avançar da idade. A sexualidade é uma manifestação de carinho e afeto, sentimentos estes, que não tem idade.
Os desejos podem se modificar, mas não acabam se não houver alguma causa física ou psicológica para tanto.
Foto: Brandon Roberts por Pixabay.